A nossa infância morre quando vemos os nossos filhos a prolongá-la; a nossa infância não morre, recomeça
Quando é que a nossa infância morre? Ou seja, quando é que passamos a sentir que somos o adulto na sala e já não temos direito ao colo das pessoas que são mesmo crescidas? Será no momento em que se esfumam as nossas primeiras memórias? Será naquele instante confrangedor ou aterrorizador em que deixamos de conseguir localizar no espaço uma memória infantil, que, assim, passa a ser um sonho diluído e perdido no fluxo do tempo? Isto é, será quando estas memórias deixam de ser nossas e passam a ser meteoritos perdidos no Cosmos? Será quando os nossos pais morrem e sentimos a orfandade? Talvez. Mas eu gostava de experimentar outra hipótese: a nossa infância morre quando vemos os nossos filhos a prolongá-la; a nossa infância não morre, recomeça.
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