Ao contrário da religião, a política não é um mistério; ao contrário da literatura, não tem de refletir os emaranhados e contradições intrínsecos a uma vida ou a uma sociedade. O discurso de um líder político não é suposto ter a densidade e complexidade que Dostoievski atribui a Alexei Karamazov
Mal acaba um discurso ou um ato político, tenho vários amigos e colegas a explicarem-me na televisão, na rádio, nos jornais, nas redes variadíssimas coisas que não me interessam. Provavelmente o mesmo se poderá dizer de mim, mas peço indulgência e paciência para entender o meu ponto. Gosto de saber o que pensam esses colegas e amigos do que foi feito ou dito; gosto que me digam se gostaram ou não, e porquê. Mas nada me interesso — e chego a irritar-me — quando me vêm explicar o que determinado protagonista “quis dizer” ou o que determinada ação “significa”.
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