O excedente orçamental é uma boa notícia para a sustentabilidade das contas públicas. Mas, em relação aos planos para as despesas e receitas do Estado em 2024, muda pouco ou nada
O saldo orçamental em 2023 foi de 3194 milhões de euros, ou 1,2% do PIB. Em 2022, o saldo tinha sido de -0,3% e em outubro desse ano, quando apresentou a proposta de Orçamento, o Governo previu que o saldo fosse de -0,9%. Ou seja, em relação ao esperado, são 5590 milhões de euros a mais. De notar que o próprio Governo já tinha melhorado a sua previsão para -0,4% em abril de 2023 e para 0,8% em outubro de 2023, pelo que a notícia da melhoria não foi toda concentrada na semana passada. Qual a razão para a melhoria destas contas? Acima de tudo, a economia cresceu mais do que se previa e a inflação levou a que o rendimento de muitas pessoas subisse de escalão de IRS. Combinando os dois efeitos, as receitas fiscais foram maiores do que o esperado, ao mesmo tempo que, com uma taxa de desemprego estável, as despesas com apoios sociais foram menores. Na última semana surgiu uma discussão: como deve o novo Governo gastar este excedente inesperado?
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt