Olhando para o futuro neste dia de São Patrício

A estreita parceria que existe hoje entre a Irlanda e Portugal pode também ser vista nas visitas regulares que têm lugar a nível político em ambas as direções. Em 2023, o Presidente Higgins teve o prazer de participar numa reunião de presidentes não executivos da UE, no Porto, a convite do Presidente Rebelo de Sousa. O Presidente do Parlamento da Irlanda, Seán Ó Fearghaíl, acaba de concluir uma visita de dois dias a Lisboa, para celebrar a amizade entre a Irlanda e Portugal no dia de São Patrício. Durante a sua visita, reconheceu a importância do 50º aniversário da Revolução dos Cravos, que Portugal assinalará no dia 25 de abril, dia que colocou Portugal no caminho da democracia e da cooperação europeia.

Para além de manterem uma forte relação bilateral, a Irlanda e Portugal são parceiros próximos e com visões semelhantes no âmbito da União Europeia. A adesão à UE tem sido uma parte vital do nosso percurso para nos tornarmos democracias independentes e modernas.

Temos consciência de que, na Irlanda, temos a sorte de ter um Dia Nacional que quase toda a gente conhece. O Dia de S. Patrício é uma oportunidade para celebrar a Irlanda com os mais de 70 milhões de pessoas que, em todo o mundo, dizem ter ascendência irlandesa.

E, no entanto, até a noção de “celebrar” no nosso mundo atual provoca dúvidas e hesitações em muitas pessoas, e por boas razões. Assistimos a mais de dois anos de brutalidade não provocada russa na Ucrânia. O terrível ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro do ano passado, foi de uma gritante perversidade. O assassínio de dezenas de milhares de civis inocentes em Gaza, desde então, também foi visto com horror em todo o mundo.

A Irlanda tem uma posição clara e de princípio relativamente a estes conflitos. Exigimos a responsabilização, a nível internacional, pela invasão ilegal da Rússia e somos um dos mais fortes apoiantes do caminho da Ucrânia para a adesão à UE. Apelámos em todas as instâncias para que todos os reféns em Gaza fossem libertados incondicionalmente. Defendemos também, vigorosamente, a defesa do direito internacional humanitário, um cessar-fogo humanitário e uma assistência humanitária sustentada a Gaza. Proteger os civis em conflito — todos os civis, em todo o lado — é a nossa maior prioridade.