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Opinião

Intimidade

Intimidade

José Gameiro

Psiquiatra e piloto

Acaba o jantar e a frase (que parece de um filme) é: para a tua casa ou para a minha?

Há uma fantasia que leva alguns a imaginarem que nesta profissão (falar com pessoas acerca dos seus problemas), o tema do sexo é frequente. Naturalmente que o é para quem faz sexologia, mas para o comum das psicoterapias não acontece. Esta fantasia talvez venha da ideia, certa, de que nós partilhamos com quem nos procura o que elas quiserem falar, criando, ao longo do processo, uma confiança assegurada pelo segredo profissional. Com a enorme vantagem de não termos relação com a pessoa fora do contexto de consulta e de não fazermos julgamentos. Se estivermos bem treinados, conseguimos resolver, dentro de nós, juízos negativos sobre quem está à nossa frente. A história que vos vou contar não me foi relatada em consulta, mas sim numa conversa de conhecidos, em que não tenho um papel profissional formal, mas em que sou procurado enquanto tal. Paradoxos. Um pouco quando temos um problema sério de infiltrações em casa, antes de decidir chamar alguém, falamos com aquele conhecido, engenheiro, para nos aconselhar antes de nos metermos nas mãos de algum curioso.

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