Escolhas
Se tivesse de escolher, entre os candidatos às próximas legislativas, a pessoa que irá gerir as suas economias e os seus investimentos, a educação dos seus filhos e os cuidados de saúde dos seus pais, a quem confiaria esse papel?
Diretora Geral da Transearch Portugal
Se tivesse de escolher, entre os candidatos às próximas legislativas, a pessoa que irá gerir as suas economias e os seus investimentos, a educação dos seus filhos e os cuidados de saúde dos seus pais, a quem confiaria esse papel?
Chegaram ao fim os debates televisivos entre os candidatos a primeiro-ministro do futuro Governo português. O leitor pode ser tentado a corrigir-me, lembrando que o que está em causa é a eleição de grupos parlamentares e não de uma figura central do futuro executivo nacional. Acontece que os envolvidos acordaram dar início a esta campanha eleitoral através de um conjunto de debates que, quer pela estrutura e duração – escassos 15 minutos para o cabeça de lista de cada partido dizer de sua justiça – quer pela forma como foram publicitados e depois rentabilizados pelos diversos canais de televisão, só permitem uma conclusão prática: estamos num processo de escolha de um líder.
Portugal precisa de liderança e quem se abstiver de fazer uma escolha, a 10 de março, colherá as consequências dessa demissão. Sim, cada um deve estar à altura das suas responsabilidades e a nossa é escolher.
Se lhe parece difícil a escolha, experimente fazer o seguinte exercício:
Faça uma lista das questões que pretende ver respondidas de forma satisfatória pelos candidatos. Compare as respostas, tendo por base os respetivos programas de governo.
Se tivesse de escolher, entre os candidatos às próximas legislativas, a pessoa que irá gerir as suas economias e os seus investimentos, a educação dos seus filhos e os cuidados de saúde dos seus pais, a quem confiaria esse papel?
Veja-se enquanto acionista principal, que exige que o seu investimento no Estado português seja gerido por alguém que garanta uma boa execução, de uma forma séria e que tenha bons critérios para a tomada de decisões.
Considero a coragem uma qualidade fundamental para liderar e a ética, o primeiro critério da tomada de decisões.
A par da ética e da coragem, um líder tem de ser claro e decidido, saber rodear-se de uma boa equipa e estar preparado. Porque uma boa liderança constrói-se todos os dias, tomando decisões, corrigindo e aprendendo com os erros que necessariamente se vão cometendo.
O líder de Portugal deve ser capaz de arriscar o seu futuro político em nome de algo que supera a sua ambição, algo que o supere a si próprio. Servir os portugueses, não se servir dos portugueses. Estou a exigir muito? Não. Estou a exigir de cada um de nós o que se exige a um acionista, escolher o líder. Votar.
Recorde-se que os candidatos são estes e não outros. Posto isto, resta-nos agora assumir a nossa responsabilidade. Só nossa. É decidir e fazer a cruz.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt