Numa carta dirigida a Ilia Krasilshchik, antigo editor do “Meduza”, meio de comunicação social independente russo, enviada, em agosto, da prisão no Ártico onde o encerraram, Navalny escreveu: “Se lhes disserem para amanhã nos dar caviar, eles dar-nos-ão caviar; mas se lhes disserem para nos estrangular, eles estrangulam-nos.” O mais popular dos opositores de Putin não tinha quaisquer dúvidas sobre o local onde se encontrava nem do destino que lhe estaria reservado. Um mês antes, numa outra carta a um amigo, tinha afirmado que ninguém podia compreender o sistema prisional russo sem “ter estado aqui”; e acrescentava no seu “impassível humor”, como sublinha Anton Troianovski, no “The New York Times”: “Mas não há qualquer necessidade de estar aqui.”
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