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Opinião

Chega, um partido da direita radical nacionalista, autoritária e populista

Chega, um partido da direita radical nacionalista, autoritária e populista

Carlos Martins

Doutorado em Política Comparada pelo ICS

Recentemente, tornou-se crucial o debate sobre a natureza do Chega e dos perigos que este partido pode ou não representar. Tendo escrito um livro sobre a história da direita radical no pós-guerra, creio estar em condições de dar um contributo, ainda que humilde, para este debate. Em primeiro lugar, importa esclarecer se o Chega, afinal, tem ou não um programa ideológico concreto ou se se trata apenas de um projeto de poder unipessoal incoerente e vazio de ideias. A resposta intuitiva será esta última, dadas as reviravoltas que temos visto em André Ventura nos últimos anos. Não obstante, o Chega, como todos os partidos, representa necessariamente uma ideologia, um projeto político com componentes centrais que é preciso avaliar para determinar se, e de que maneira, esta força política representa um perigo. Essas componentes, contudo, podem ser difíceis de descortinar em programas vagos e constantemente alterados. Assim, é ao olhar para a família política internacional a que o próprio Ventura afirma pertencer, e que inclui figuras que vão de Le Pen a Meloni, que descobriremos os elementos centrais do fenómeno político a que grande parte da ciência política contemporânea chama “direita radical populista”.

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