Opinião

Navegando as dores de crescimento nas PME: como prevenir problemas

Dores de crescimento são um bom sinal. O problema surge quando não controlamos o impacto negativo que têm na estrutura interna da nossa empresa, e isso cria nos empresários insegurança e medo dos próximos passos

O primeiro cliente fechado é um grande momento de celebração para uma PME. A faturação e motivação aumentam e os tão esperados resultados começam a chegar. Com o primeiro cliente vêm as prioridades, a gestão de recursos e as pressões na estrutura interna.

Posto isto, quando é que nos devemos preocupar com essas pressões? É suposto sentirmos na estrutura e nos processos? Quem sofre mais quando ignoramos essas dores? Os clientes atuais, ou os potenciais clientes que queremos angariar?

Em negócios, dor de crescimento é o constrangimento que surge quando o negócio cresce a uma velocidade superior àquela que a sua estrutura interna suporta. Não é necessariamente um mau momento, simplesmente quanto melhor preparados para ele, melhor o capitalizamos.

Há umas semanas um potencial cliente pediu-me ajuda: não conseguia dar resposta às leads que iam surgindo, sem sacrificar a qualidade do seu trabalho com os clientes atuais. Na verdade, isto é o que se chama, um problema bom. Qual a solução para esta situação? Podem ser preciso mais recursos humanos, ou standardizar/simplificar alguns dos processos atuais. Estas perguntas são necessárias para perceber em que patamar da criação de valor surge o constrangimento.

Quando falamos de PME (ou mesmo startups e scaleups), dores de crescimento são uma coisa boa e desejável. Mas sem uma preparação prévia, essas dores podem causar problemas; até mesmo fazer perder clientes.

E na verdade, respondendo corretamente às perguntas feitas acima, é com as dores de crescimento que desbloqueamos oportunidades para escalar o nosso negócio.

O truque é ter, desde o início, uma mentalidade de crescimento. A partir do momento que se cria uma empresa, a melhor estratégia é acreditar no sucesso. Fechando o primeiro cliente, é importante preparar um plano para fechar 5 clientes; ou 10, 15, 20! Como se traduz o sucesso? Serão precisos mais recursos humanos para gerir esses clientes novos? Precisamos de um gestor de negócio para angariar clientes? E ao nível de marketing, qual a melhor estratégia no contexto atual?

Se a estratégia é a mentalidade certa, a palavra-chave é cenarizar.

  • Qual o melhor cenário possível para a nossa PME, se usarmos todos os recursos que temos disponíveis?
  • Qual o pior cenário possível? Se não conseguirmos fechar clientes suficientes, o que acontece à nossa estrutura?

Resumindo: dores de crescimento são um bom sinal! O problema surge quando não controlamos o impacto negativo que têm na estrutura interna da nossa empresa, e isso cria nos empresários insegurança e medo dos próximos passos. Vamos antecipar o melhor cenário possível, desenhar uma estratégia comercial e preparar-nos para o sucesso. Muitas vezes, uma ajuda externa pode ser uma ótima decisão; mentores por exemplo, são um excelente aliado quando as dores surgem e não é claro que parte da estrutura está a sofrer.

Este artigo foi desenvolvido no âmbito da iniciativa Nova SBE VOICE Leadership

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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