Sem nunca aceitar ou desculpar, eu percebo de onde vem o voto das classes mais baixas no populismo. É a ventilação de um ressentimento que por vezes é legítimo e que não encontra vazão nos partidos ditos tradicionais. Foi assim nos EUA e em muitos países europeus. Desde o desprezo pelo trabalho operário até ao desprezo pelo tema da segurança, o centro político, ancorado nas grandes cidades, entregou ao populismo as periferias sociais e geográficas. Já não percebo o voto de sectores privilegiados neste populismo. Por exemplo, ontem vimos imagens da Universidade Católica que ilustram um fenómeno já com muitos anos: a adesão ao populismo de muitos católicos privilegiados que compõem o sector fariseu.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt