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Opinião

Esta crónica não foi visada por qualquer Comissão Executiva

O pluralismo não vale menos do que a estabilidade financeira ou a sanidade pública, que já mereceram intervenções bem mais vigorosas de Governos em gestão

A nossa democracia e a nossa liberdade de imprensa nasceram no mesmo dia, quando os jornais que noticiaram os acontecimentos da manhã de 25 de Abril saíram à tarde com a menção a letras garrafais, na primeira página, a todas as colunas: “ESTE JORNAL NÃO FOI VISADO POR QUALQUER COMISSÃO DE CENSURA.”

Ênfase em “qualquer”. Com essa palavrinha queria dizer o “República”, desde logo, que a sua edição daquela tarde não tinha passado pelos censores do regime, mas também não tinha sido previamente examinada pelo Movimento das Forças Armadas ou por qualquer outro poder, fosse ele político ou militar. Eles não aceitavam a censura do passado nem aceitariam qualquer censura do presente ou do futuro. Foi dos gestos daquele dia, como o avanço do povo para a frente do Quartel do Carmo ou da sede da PIDE, que garantiram que o que aí viria não seria apenas um golpe de Estado, mas uma verdadeira revolução democrática.

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