Se Norman Lear queria pôr o público televisivo a rir de um reaccionário, esse conceito alcançou um enorme sucesso e enfrentou um enorme fracasso
Quem não conhece um Archie Bunker? Um sujeito que formou uma ideia da sociedade e dos valores igual à transmitida pelos pais e se mostra imune a qualquer mudança, adenda, explicação, desmistificação. Um sujeito que desconhece os factos e é impermeável aos factos. Um sujeito que entende todas as objecções como propaganda da modernidade. E que acima de tudo não gosta disso, do mundo moderno.
Quando o produtor e argumentista televisivo Norman Lear (falecido em Dezembro, aos 101 anos) estreou “All in the Family” na CBS, em Janeiro de 1971, fez acompanhar o primeiro episódio de um aviso paternalista, indicando que a sitcom “procurava mostrar, a uma luz humorística, as nossas fragilidades, os nossos preconceitos e as nossas preocupações”. “Tornando-os [a esses elementos] motivo de riso”, continuava, “esperamos mostrar (...) quão absurdos são”.
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