Não suportava sentir-se inútil porque queria fazer, queria ser um agente de mudança positiva na sociedade, e era assim que via a política — como a arte de construir um mundo melhor
Para a União Europeia funcionar, é preciso a competição que estimula, a solidariedade que une e a cooperação que reforça, disse Jacques Delors num discurso marcante a 19 de janeiro de 1995 no Parlamento Europeu, no fim da sua passagem pela presidência da Comissão Europeia. A Europa que deixava como legado era uma Europa unida e renovada, virada para o futuro.
Para muitos, a imagem de Delors é indissociável da Europa. De facto, Delors é recordado por todos nós como o europeísta. Não como mais um, mas precisamente como o europeísta — só comparável aos fundadores da União e a nomes como Simone Veil. Foi aquela tríade de ideias (a competição, a solidariedade, a cooperação, que seriam os pontos-chave da Europa) que ficaria conhecida como “le triptyque de Jacques Delors”. Foi ele que marcou a minha geração quando, no Mosteiro dos Jerónimos, expressou tão eloquentemente esta ideia da Europa: ou nos salvaremos juntos ou pereceremos cada um para seu lado. Foi Delors que mudou esta Europa e, com ela, Portugal.
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