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Opinião

Voltámos às opções

Voltámos às opções

Luís Aguiar-Conraria

Professor de Economia da Univ. do Minho

A concretizar-se em 2024 um excedente orçamental, será o terceiro em seis anos. A meta já não é uma miragem

Quase me comovi ao saber que, muito provavelmente, a dívida pública do próximo ano será inferior a 100% do PIB. Voltaremos aos dois dígitos. É extraordinário. Passou despercebida a notícia, mas, há duas semanas, uma das três grandes agências de notação de rating, mais concretamente a Fitch, voltou a classificar a nossa dívida pública como A. Um A menos, é verdade, mas A. As outras duas, a S&P e a Moody’s, ainda não nos dão esse crédito, mas estão lá perto e assinalam que as perspetivas são favoráveis.

Quem pensa que isto é irrelevante e que “não comemos dívida” está errado. Sermos um país reconhecidamente menos arriscado faz com que a taxa de juro que pagamos pelo dinheiro que pedimos emprestado seja bastante mais baixa. Numa altura em que as taxas de juro são tão altas, esta é a forma de libertar recursos para comer. Se pensa que não, lembre-se de que o que pagamos anualmente em juros corresponde a cerca de metade do orçamento do Ministério da Saúde. Ao se reduzir a dívida, os juros descem quer porque a dívida é menor quer porque a taxa de juro a que pedimos emprestado também é menor.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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