Os arruaceiros de direita que invadem uma apresentação de um livro são retratados como arruaceiros intolerantes (e são mesmo). Mas os arruaceiros que defendem uma causa apreciada pela esquerda, Uh la la!, já são tratados como “ativistas” mesmo quando agridem um ministro, mesmo quando tentam cancelar professores na faculdade ou um humorista no palco, mesmo quando também tentam invadir a apresentação de um livro
Parece que nada muda, e porventura nunca mudará. Já tenho vinte anos disto e é sempre a mesma coisa: nos média portugueses – e não só – as pessoas ou partidos de esquerda têm à partida boa imprensa; ao invés, quem é rotulado de direita - mesmo quando não é - não tem essa boa imprensa. Há filhos e enteados. E o estranho é que as pessoas que estão dentro dos média e do “meio” intelectual e jornalístico não percebem ou não querem perceber duas coisas: estão quase todos a dizer a mesma coisa num efeito de bolha, são ecos atrás de ecos, reflexos atrás de reflexos, que, na prática, anulam a ideia de pluralismo; esse efeito de bolha afasta este meio da realidade ou, pelo menos, de metade da realidade.
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