Novas soluções para as Forças Armadas
Recrutar estrangeiros não seria inédito. Na Europa, vários países o fazem, em diferentes modalidades. Morrem a combater pelos países que os acolheram como os nacionais desses países.
Tenente-coronel na reforma
Recrutar estrangeiros não seria inédito. Na Europa, vários países o fazem, em diferentes modalidades. Morrem a combater pelos países que os acolheram como os nacionais desses países.
O atual sistema de serviço militar falhou. Vários Governos incluindo o atual há quase uma década anunciam estudos e soluções, mas o resultado tem sido o contrário do desejado. Os efectivos militares estão em queda acentuada e nos últimos anos a situação tem piorado.
Continua-se a teimar em soluções académicas, como se todos os soldados ambicionassem ser doutores e engenheiros depois de cumprido o serviço militar como contratados. Não é assim a realidade, todos os militares empiricamente o sabem. Querem vencimentos dignos e carreira, ser profissionais, mas mesmo assim, como se vê nas Forças de Segurança isto parece não ser politicamente aceite. Muitos defendem o retorno ao Serviço Militar Obrigatório o qual teria vantagens para a sociedade em geral, mas não é política e socialmente aceite hoje, salvo em caso de guerra generalizada. Acresce que custaria muito dinheiro e demoraria muito tempo a reimplementar um sistema complexo que foi destruído, de recrutamento, inspeção, instrução e treino anual para largos milhares de jovens de ambos os sexos.
Se o Governo quer realmente aumentar rapidamente a nossa capacidade militar – o que não tenho a certeza – pode começar por adoptar novas soluções. Testadas e com sucesso noutros países para rapidamente atingir os efetivos mínimos desejáveis. Nada de extraordinário, ou seja, apenas para atingir os números atualmente previstos na lei e que não se conseguem preencher.
- Se as Forças de Segurança são exclusivamente profissionais porque não as Forças Armadas? Vários países têm esse sistema não seria uma loucura portuguesa. Depois, porque receberá um soldado do Exército menos que um agente da PSP ou um militar da GNR? Não poderia continuar;
- Recrutar estrangeiros também não seria inédito. Na Europa vários países o fazem, em diferentes modalidades. Morrem a combater pelos países que os acolheram como os nacionais desses países;
- Atribuir tarefas a empresas especializadas, da logística à instrução ou mesmo à segurança, também aqui em praticamente todos os países europeus esta solução tem provado bem.
Assim, num curto espaço de tempo poderíamos ver finalmente o nosso Exército (e Marinha e Força Aérea) aumentar efectivos, por exemplo inicialmente uma nova Companhia (120 a 200 militares), e depois, se tudo estiver a funcionar bem, um Batalhão (600 a 800 militares). Por pouco possa parecer de aumento, a realidade é que no Exército desde 1994 quando as Tropas Paraquedistas com mais de 2.000 militares foram transferidas da Força Aérea, tal não acontece. Assim, com real profissionalismo, estrangeiros e empresas, as Forças Armadas Portuguesas poderiam num curto espaço de tempo ter os efectivos mínimos necessários a defender os interesses nacionais dentro e fora das nossas fronteiras.
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