Não existe em Espanha qualquer “conversão de bitola” em curso. A rede ferroviária espanhola perfaz aproximadamente 17.000 km de linhas, repartidos por três subsistemas
No seu artigo de 23/6/23, o professor João Duque, de cuja coluna do Expresso sou leitor atento, teceu diversas considerações a respeito do investimento ferroviário em Portugal, à luz da realidade de Espanha, designadamente a propósito do emprego da chamada “bitola europeia”, correspondente a um afastamento de 1435 mm entre bordos internos dos carris. Afirma o autor que “Espanha está num processo de conversão da sua rede ferroviária, originalmente de bitola ibérica (de 1668 mm), para o padrão europeu, não se afigurando deste modo compreensível uma inação de Portugal em sentido idêntico”.
Gostaria de salientar, na minha qualidade de Técnico de Transportes e viajante regular em transporte ferroviário na Espanha, que não existe no país vizinho (2023), qualquer “conversão de bitola” em curso. A rede ferroviária espanhola perfaz aproximadamente 17.000 km de linhas, repartidos por três subsistemas. O primeiro deles, com 11.000 km, é a chamada “rede convencional”, estabelecida em bitola “larga ibérica” de 1668 mm, à semelhança da existente em Portugal, polivalente e apta a todo o tipo de tráfegos, de passageiros (longo curso, regional e suburbano), assim como assegurando a movimentação de cargas, explorada por mais de uma dezena de operadores em concorrência.
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