Se não aliviarmos o fardo da dívida sobre as gerações futuras agora, que a economia cresce e a inflação ajuda, quando o faremos?
O excedente orçamental registado no início do ano motivou diversas reações, no essencial versando sobre a forma de gastar a “folga” orçamental. O tema é estratégico para o país e para o nosso futuro, pelo que entendo essencial explicitar os fundamentos do caminho que estamos a prosseguir.
Um país que retomou a rota de convergência com a União Europeia há poucos anos, que tem uma dívida ainda elevada e que está a recuperar a sua credibilidade financeira não tem folgas orçamentais. É um facto que temos vindo a reduzir de forma decisiva o peso da dívida pública no PIB. Entre 2021 e o final de 2023, este baixará de 125,4% para menos de 105%, permitindo que terminemos o ano abaixo da Espanha e da França. Mas continuamos ainda assim a estar entre as economias com maior fardo de dívida sobre os contribuintes atuais e futuros, situação que a subida dos juros veio agravar.
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