
O Presidente da Ucrânia pede, depois dos tanques, aviões de guerra. Dar-lhos é reforçar a defesa contra a invasão ou alimentar a escalada do conflito?
Bruno Cardoso Reis e Francisco Proença Garcia
O Presidente da Ucrânia pede, depois dos tanques, aviões de guerra. Dar-lhos é reforçar a defesa contra a invasão ou alimentar a escalada do conflito?
SIM Nós, europeus, devemos enviar aviões de combate mais modernos para a Ucrânia. Mais armamento avançado é indispensável para a Ucrânia contrariar a enorme assimetria de poder com a Rússia. E Portugal deve — como muito bem fez em relação aos Leopard — ponderar seriamente que contributo pode dar, em conjunto com os seus aliados. Devemos mostrar que somos, na medida das nossas possibilidades, um aliado credível, merecedor de ajuda caso ela seja necessária no futuro, comprometido com valores como o direito à legítima defesa, consagrado na “Carta das Nações Unidas”.
Claro, deveremos ter em conta o impacto nas nossas capacidades militares de uma eventual doação. Mas recordo que já optámos por reduzir o número de F-16, modernizando-os e alienando parte à Roménia, um país vizinho da Ucrânia, com uma esquadra mais pequena do que a nossa. Teremos, aliás, a prazo de os substituir por caças mais avançados e dispendiosos, provavelmente em menor quantidade. Convém, por isso, começar já a pensar no equilíbrio desejável entre meios tripulados e não tripulados, por exemplo, drones armados. São cada vez mais os países da NATO que possuem esses sistemas, muito interessantes na relação custo/benefício. Dito isto, Países Baixos, Polónia ou Reino Unido, já em fase mais adiantada deste processo de modernização, têm mais condições do que Portugal para avançar com doações significativas.
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