As sanções moralistas e o isolamento que evitam qualquer contacto ou eventos nesses países (Irão, Cuba, Coreia do Norte) têm o efeito contrário ao pretendido: reforçam o poder das elites ditatoriais que violam os direitos humanos. Neste sentido, boicotar o Catar é voltar ao idealismo infantil do “eixo do mal” de George W. Bush
Eu nunca aceitaria um Mundial no Catar, não faz qualquer sentido desportivo ou ambiental, ainda não vi um único jogo e não estou nada motivado, nem para os jogos da seleção, nada. Pela primeira vez na minha história sentimental, não vou seguir um Mundial ou Europeu. Também acho que a FIFA precisava de ser avaliada de alto a baixo por entidades reguladoras e judiciais. No entanto, isto não invalida um argumento racional: realizar grandes eventos em regimes fechados pode ter um efeito positivo, pode propiciar a abertura e um respeito superior pelos direitos humanos. É preciso pensar antes de sentir. E o coro de indignação que estamos a ouvir abandona mais uma vez a razão no altar da emoção fácil e partilhável num mural de facebook.
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