O poder de Rendeiro é a fraqueza das instituições. A fraqueza de Rendeiro é a rendição ao poder da arrogância e da vaidade ((disponibilizamos, para os nossos assinantes, a crónica de Luís Marques da edição semanal deste sábado, 27 de novembro)
Ele ri-se de nós, quando chora uma furtiva lágrima pela mulher e pelas três cadelinhas que deixou à sua sorte. Ele goza com os portugueses, quando afirma que quatro ou cinco mil euros por mês lhe chegam perfeitamente para viver e que os tem garantidos. Ele brinca com as instituições, quando insinua que pode ter um indulto do Presidente da República para voltar a Portugal. Ele escarnece do Estado português, quando garante que não precisa de se disfarçar de peruca e rabo de cavalo e leva uma vida normal. Ele joga à cabra-cega com a Justiça, quando diz que no sítio secreto onde se acoita, e ninguém descobre, fala português na rua. Ele é João Rendeiro, um figurão fugido à cadeia, que diz ser um “poderoso fraco”, mas é na realidade um fraco poderoso.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: luismarques@impresa.pt
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