Opinião

Acredito que Paulo Rangel está preparado

Depois de em 2019 ter dado o meu apoio a Rui Rio para liderar o PSD em ciclo autárquico, por entender que era o mais preparado para liderar o PSD nesse ciclo, entendo agora, em consciência e em liberdade, que Paulo Rangel é aquele que reúne as melhores condições para liderar o PSD e Portugal nos próximo anos.

Em 2019, aquando das últimas eleições diretas no PSD, afirmei que com uma candidatura forte e mobilizadora, como veio a ser a de Carlos Moedas, com um projeto ambicioso para a cidade de Lisboa e para a área metropolitana, com um PSD credível aos olhos dos portugueses, o PSD poderia voltar a vencer. E venceu.

A vitória da coligação “Novos Tempos”, liderada por Carlos Moedas, pôs fim a um ciclo de catorze anos de governação socialista na cidade de Lisboa a par com 10 anos de governação no país e terá, na minha opinião, contribuído decisivamente para a crise política que se abriu e para colocar um ponto final na “geringonça”, que nos governou nos últimos seis anos.

Com a vitória de Carlos Moedas abriu-se um novo ciclo político, com eleições legislativas no dia 30 de janeiro e eleições para a escolha do próximo presidente do PSD e candidato a Primeiro-Ministro, que se realizam no próximo sábado.

À semelhança de Fernando Medina, que governava Lisboa com um BE diminuído desde a demissão de Ricardo Robles, também a solução governativa de António Costa, refém do apoio do PCP e do BE, está esgotada. O desgaste de António Costa junto dos portugueses sente-se, tal como se sentia o de Fernando Medina junto dos lisboetas.

Cabe ao PSD tornar visível esse desgaste, para que os portugueses tomem plena consciência da incapacidade governativa de António Costa, que enterra o dinheiro dos nossos impostos nas “rendas excessivas” herdadas do governo de José Sócrates, no Novo Banco e na TAP. Como é possível que com a governação mais à esquerda de sempre, que todos os dias enche a boca com os mais frágeis e os trabalhadores, tenham nascido 11 mil novas casas clandestinas nos últimos 3 anos? Que o SNS esteja a ser destruído, o SNS de quem os mais frágeis mais necessitam, enquanto os outros têm que pagar seguros de saúde para terem os cuidados de saúde com a qualidade e tempos de resposta que o SNS devia ser capaz de assegurar. Que em 2021, mais de 1 milhão de portugueses não tenha médico de família? Que cada aluno na escola pública custe hoje 6200 euros por ano, mais 31% que há seis anos e que custa hoje mais do que custa na maioria dos estabelecimentos de ensino dos sectores social e privado? Ao mesmo tempo em que as escolas públicas descem nos rankings e as privadas sobem. São estes os resultados de uma governação de esquerda, dita socialista, Enquanto isto, os portugueses são sujeitos à maior carga fiscal de sempre.

Já a administração pública regista mais 70.000 novos funcionários em 6 anos, um crescimento superior a 10%. Um crescimento à custa maioritariamente de trabalho temporário e de admissão de “precários”, sem concursos públicos de admissão, ou seja, sem avaliação da qualidade e do mérito. Uma administração pública que precisa de se rejuvenescer (funcionários com mais de 55 duplicaram em uma década) e de recrutar quadros técnicos e profissionais qualificados em áreas chave para o serviço público, que contribuam para a prestação de serviços de qualidade.

Enquanto isto, a nossa economia vai ficando para trás, crescendo menos que a dos nossos competidores. Portugal precisa de um impulso de transformação, desenvolvimento social e crescimento económico, que a esquerda já demonstrou nestes quase 50 anos de democracia não ser capaz de oferecer aos portugueses.

As verbas a que Portugal terá acesso nos próximos anos e, em particular, as da dita “bazuca”, são uma oportunidade única para suportar o impulso de que Portugal precisa. Mas para aproveitarmos esta oportunidade, os milhões a que teremos acesso terão necessariamente que ser preferencialmente alocados a investimentos que produzam um efeito multiplicador no desenvolvimento social e no crescimento económico, sob pena de os outros países investirem melhor do que nós as verbas das suas “bazuca” e, no final, ficarmos ainda mais atrás do que já estamos.

Por tudo isto, o ciclo que se iniciou com a vitória de Carlos Moedas em Lisboa tem agora que ter continuidade no país, sob pena de um dia destes termos de novo a troika entre nós.

Por tudo isto, Portugal precisa de um PSD unido, mobilizado, ambicioso, com uma alternativa clara, capaz de mobilizar a sociedade portuguesa e os portugueses para um novo ciclo de desenvolvimento.

Depois de em 2019 ter dado o meu apoio a Rui Rio para liderar o PSD em ciclo autárquico, por entender que era o mais preparado para liderar o PSD nesse ciclo, entendo agora, em consciência e em liberdade, que Paulo Rangel é aquele que reúne as melhores condições para liderar o PSD e Portugal nos próximo anos.

Paulo Rangel tem pensamento político consolidado e reconhecido, conhecimento da Europa e do mundo, capacidade para mobilizar a sociedade civil, ambição e visão para o desenvolvimento de Portugal. É sobejamente conhecido dos portugueses, tendo já disputado três eleições nacionais, sujeitando-se ao sufrágio dos portugueses. Já foi deputado e líder da bancada parlamentar do PSD na assembleia da república. É deputado europeu e vice-presidente do Partido Popular Europeu.

Também no seu tempo se levantou a dúvida sobre a capacidade de Pedro Passos Coelho para liderar o País - e fê-lo exemplarmente num dos períodos mais difíceis da nossa história.

Eu acredito que Paulo Rangel está preparado e pronto para ser o próximo primeiro-ministro de Portugal.

Ex-presidente da concelhia de Lisboa do PSD e ex-conselheiro nacional

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate