Caminho de memória por Lisboa e vejo nos edifícios pessoas — amigas, inimigas, compassivas, odientas, hospitaleiras, hostis
Dois amigos. Ele, um rapaz da periferia. Ela, mulher aposentada. Falam-me, em momentos diferentes, das fachadas da Lisboa pombalina. “Isso tudo aqui, esses prédios, faz-me pele de galinha. Mete respeito”, diz-me ele, subimos a Rua Nova do Almada. “Respeito ou medo?”, pergunto. Desvia o olhar e não responde. Mais tarde, sentados numa esplanada no Chiado, explicará que não se sente dali. O seu país é o bairro de onde sai pouco, nas franjas da cidade. Um passeio na Baixa é uma ida ao estrangeiro.
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