Ruy Belo já não era vivo, mas como seria viver ali, ter tantos livros? Subia e descia a rua, caderno de versos na mão, espreitava. Que modo de vida era aquele? Que coisa misteriosa era um poeta?
Passei a adolescência a namorar da rua, em Queluz, a casa onde viveu Ruy Belo. Era a casa do poeta, da qual eu só avistava as estantes cheias de livros. Ruy Belo já não era vivo, mas como seria viver ali, ter tantos livros? Subia e descia a rua, caderno de versos na mão, espreitava. Que modo de vida era aquele? Que coisa misteriosa era um poeta? Oh, as casas, namorar casas da rua, “as casas de fora olham-nos pelas janelas”. Algumas são promessas de vida, sonhos, intimações a quem passa. “Sem casas não haveria ruas/ as ruas onde passamos pelos outros/ mas passamos principalmente por nós.”
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