Exclusivo

Opinião

O passado é para contar?

O passado é para contar?

José Gameiro

Psiquiatra e piloto

O homem não gostou da minha resposta

Começou com uma acusação. Genérica, mas que tinha o objetivo de me pôr em sentido. “A culpa é vossa, que passam a vida a aconselhar que os casais devem dizer tudo um ao outro. Olhe, eu lixei-me com essa história.” Apesar de não ter enfiado o barrete, decidi não responder e deixar seguir a conversa. “Não sou nenhum santo, mas não fiz nada do que ela me acusa, a minha vida está um inferno, já não sei o que lhe devo dizer. Sabe como é, andei muitos anos no engate, conheci mulheres lindas, fiz sexo quando quis, mas não me prendia. Um dia conheci-a. Por acaso, como quase sempre, mas tive aquela sensação de que ia ser diferente. Sabe como é?” Já estava farto de saber como é, continuei calado. “Fomos para a cama, pouco tempo depois de nos conhecermos, e aconteceu-me uma coisa que nunca me tinha acontecido. Falhei. E não me faltava vontade, mas não consegui. Com medo de ficar mal visto, inventei a desculpa de que andava a fazer uma medicação, porque me tinha lesionado no ginásio. Mais tarde — as mulheres são muito mais vivas que nós — disse-me que tinha percebido que era treta.”

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate