Uma das características dos liberais é não pretender o esmagamento nem a morte simbólica dos adversários; pelo contrário, é compreender que, debaixo de regras e leis para todos iguais, é na concorrência política, tal como no comércio e na indústria, que os países mais se desenvolvem e crescem
Há quase 40 anos um grupo de jovens (na altura não se consideravam como tal, mas hoje percebem que o eram) fundou o Clube da Esquerda Liberal. Houve quem visse contradição nos termos ‘esquerda’ e ‘liberal’; talvez houvesse, olhando o mundo pelos óculos económicos; ou talvez não, se os víssemos pelas lunetas da tradição política.
O grupo tinha como pessoas mais conhecidas João Carlos Espada, José Pacheco Pereira, Manuel Villaverde Cabral, José Lamego, José Manuel Fernandes, António Carriço e muitos outros, incluindo eu próprio. Na época, fomos muito mal compreendidos – liberais era algo que existia nos EUA com o significado de membros do Partido Democrata; no Reino Unido, como pequeno e terceiro partido, passados que estavam os tempos gloriosos dos Whigs; na Alemanha, sem grande representação, mas com a força do seu líder, Hans Dietrich Gensher, ministro dos Negócios Estrangeiros da República Federal Alemã (a parte da Alemanha pró-ocidental) de 1974 a 1992 (participou na reunificação), formando coligações com SPD e com CDU. De resto, era o deserto, ou quase.
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