O país anda preocupado com o racismo estrutural, o esclavagismo dos séculos anteriores, o tráfico de pessoas nos barcos negreiros. Afinal, tinha aqui e agora, muito com que se preocupar. Exatamente acerca de trabalho escravo, racismo e tráfico de seres humanos
Os surtos de Covid no concelho de Odemira foram como uma revelação fantástica da hipocrisia deste país, deste Governo, destes partidos e desta Comunicação Social. Haverá quem se exima deste rol de críticas? Há algumas reportagem em jornais, rádios e televisão (com destaque para uma do ‘Sexta às 9’)… Há, seguramente, a deputada do PSD Filipa Roseta que colocou em causa uma resolução de Conselho de Ministros de 2019, autorizando o que se chamou eufemisticamente “unidades amovíveis de alojamento” de imigrantes na agricultura, o que permitiu que os mesmos se amontoassem em contentores sem condições. Há, ainda, o presidente da Câmara de Odemira, o socialista José Alberto Guerreiro, que pouco podendo fazer nunca deixou de denunciar.
Poucos há, tirando estes, a que manda a honestidade somar algumas pequenas organizações de apoio a imigrantes, como a ‘Solim’ (Solidariedade Imigrante) e o seu responsável Alberto Matos, que já há anos falava das ‘máfias’ da imigração e da hipocrisia europeia. Curiosamente, uma entrevista com este ativista, e a este propósito, foi publicada na revista da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (coisa que se não fosse verdade e estivesse registada na Universidade de Évora, nos faria pensar que era a brincar).
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