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Opinião

Susana e a burguesia do teletrabalho

Susana e a burguesia do teletrabalho

Henrique Monteiro

Ex-Diretor; Colaborador

A professora (de economia) Susana Peralta sugeriu numa entrevista que pudesse haver um imposto especial, para ajudar os enormes prejuízos da pandemia, sobre aqueles que, apesar de tudo, não perderam rendimentos. O jornal 'Inevitável', como é absolutamente normal, puxou para título a síntese que a própria professora faz e chamou aos possíveis pagantes ‘burguesia do teletrabalho’. A ideia é má? Não seria na Suíça, por exemplo! É justa em Portugal? Não é de todo! Mas vamos por partes

Não conheço o pensamento de Susana Peralta (isto é não sei se a professora é mais ao centro, à esquerda ou à direita); tenho alturas em que concordo com ela e outras em que discordo. Provavelmente, faz parte daquelas pessoas entre as quais, ao estilo de tertúlia, me agradaria beber um copo a discutir ideias.

O que Susana disse, para enquadrar a frase, foi: “Houve uma parte substancial das pessoas em Portugal que não perderam rendimentos, toda a burguesia do teletrabalho, todas as pessoas do sector dos serviços, que, aliás, são as pessoas mais bem pagas, o que também me inclui a mim. Esta crise poupou muito as pessoas que trabalham neste sector e são as pessoas com mais escolaridade. Podia-se perfeitamente ter lançado um imposto extraordinário sobre essas pessoas para dividirmos o custo desta crise.” Toda a frase está certíssima até à palavra poupou; e adiante explicarei por que motivo assim o entendo.

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