Má educação

Gosto de ler livros de memórias das portuguesas que fizeram o nosso século XX, como Filomena Mónica ou Zita Seabra. São livros que me dão a necessária visão ferrantiana das elites. Eu sei como era o intimidade do downstairs, estes livros abrem-me a porta do upstairs. Há dias, li “Memórias de Uma Vida Consentida”, de Helena Sacadura Cabral, e confirmei uma ideia: Helena Sacadura Cabral educou os manos Portas da mesma forma que a minha mãe educou os manos Raposo. Sorri bastante durante a leitura, porque vi a minha mãe, operária com a quarta classe, nas palavras e gestos de Helena, uma senhora da elite social com instrução universitária. Existia uma ideia transversal de boa educação que atravessava as diferentes classes sociais.

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