O PS colocou-se na posição de ter de andar a negociar com quem, verdadeiramente, não o quer fazer. Quem pretende apenas retirar benefícios retóricos para o seu eleitorado, mesmo que à custa dos restantes 90% que neles não votaram
O Orçamento para 2021 (OE) terá de ser entregue no Parlamento no dia 12 de outubro, mas há mais de um mês que andamos a saber notícias sobre inutilidades, como cedências, linhas vermelhas, acordos, pressões e uma hipotética possibilidade de crise política. No entanto, nada disto irá ocorrer. O OE será, essencialmente, do agrado do Governo com o apoio (porventura abstencionista) do BE. Se assim não fosse, seria o PSD a abster-se (se é que o não fará).
Os cálculos são muito mais simples do que as teorias que inundam e, por vezes manipulam, as redações. Portugal – como bem afirmam as pessoas que ainda conservam uma gota de responsabilidade – não pode ter uma crise política. Até Catarina Martins deve compreender isto; Portugal não pode ter legislativas até quase daqui a um ano, devido às Presidenciais. E, mesmo que as tivesse, só um partido seria, provavelmente, beneficiado – o Chega! Por tudo isto e por muito mais, aconselho vivamente as pessoas a preocuparem-se mais com a pandemia e com a execução da bazuca europeia traduzida em tantos milhões de euros, do que com um acordo para o OE.
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