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Opinião

Reductio ad Hitlerum

Reductio ad Hitlerum

Luís Aguiar-Conraria

Professor de Economia da Univ. do Minho

Não é por acaso que se anda a discutir tornar obrigatória a eventual vacina contra a covid, quando a única vez que se decretou a vacinação obrigatória foi num decreto-lei assinado por Américo Thomaz e por António de Oliveira Salazar. E, tal como a anterior ditadura tinha uma DGS ao seu serviço, também esta o tem. Mais do que irónica, a coincidência das siglas é certeira

Quando se agita o papão do fascismo, há sempre quem se indigne. Se o visado for um direitolas, os direitolas queixam-se de que já nada podem dizer e de que para os esquerdolas tudo é fascismo. Se o visado for um esquerdolas, logo os esquerdolas se queixam de se estar a branquear o fascismo e de se faltar ao respeito às suas vítimas e a quem lutou contra a ditadura.

Percebe-se. O argumento carrega um peso histórico elevado. Muitas vezes até vem listado, na sua forma extrema, como uma das principais falácias argumentativas: o Reductio ad Hitlerum. E, claro, concordo que é absurdo atacar alguém do PAN lembrando que Hitler adorava cães ou atacar um vegetariano porque Hitler era vegetariano.

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