Uma magistrada escolhida para Procuradora Europeia por um comité de peritos é ultrapassada, por decisão do nosso Ministério da Justiça, por outro concorrente, que ela já havia derrotado num concurso para o Organismo Europeu de Luta Antifraude. E assim assistimos ao novo tipo de escrutínio: aquele que é exercido por escolhidos por quem deve ser escrutinado
A história já foi contada nos jornais (com destaque para o Expresso, que publicou um texto bastante explicado) e eu próprio escrevi no sábado que a história me parecia uma golpada, embora não a conhecesse nos seus contornos. Pois bem, não só a notícia deste jornal me esclareceu a dimensão dessa golpada, como as informações que consegui recolher confirmam a sua indignidade.
A história é simples: para se constituir uma Procuradoria Europeia, que começará a funcionar no final deste ano no Luxemburgo, cada um dos 22 países que subscreveram o acordo deve indicar um procurador. Para que a Procuradoria não ficasse contaminada por cada governo nacional, tornando-se uma espécie de cimeira intergovernamental, criou-se, com a participação de várias nacionalidades, uma comissão de peritos (entre os quais o atual presidente do Tribunal de Contas português) para avaliar os nomes enviados por cada país.
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