Perante a existência de duas crises: uma sanitária, de emergência, e outra lateral, que é a económica, vivemos no contexto de imensa incerteza e, nesta crónica, procuro detalhar os cenários mais previsíveis para a evolução da Economia Portuguesa nos próximos dois anos. A ocorrência de um dos cenários, em particular, decorre das medidas que foram tomadas desde o início da fase de forte contágio e das que irão ainda ser implementadas – testar ou não, que tipo de teste, usar sempre máscara ou não, quem deve fazer testes, e que medidas de política económica ainda irão ser conduzidas
É mais ou menos consensual que, em termos económicos, pode ocorrer um de quatro cenários, sendo que, como sempre acontece nestes casos, para um determinado nível de quebra, dois são mais moderados (recuperação em “V” ou em “U”) e dois são mais extremos (recuperação em “W” ou em “L”). Seja qual for o contexto, os otimistas apontam para uma recuperação em “V”, significando que a retoma é tão rápida quanto a quebra, ou para uma trajetória em “U” implicando algum tempo de recessão seguido de recuperação rápida, embora mais tardia.
Os mais pessimistas acreditam que o crescimento global pode seguir um caminho em “W” ou “L”, ou até outro mais distorcido com pouca semelhança com estas quatro letras. Para além de descrever, informando os leitores, sobre o que está em causa em cada caso, acredito, como justificarei, que o formato que melhor irá descrever o processo português será o do “logótipo da Nike”.
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