Volta ao Mundo em 8 dias

Há mais um tabu na sala, senhoras e senhores!

Há mais um tabu na sala, senhoras e senhores!

Sebastião Bugalho

Eurodeputado eleito pela AD

O evento: o debate das rádios

Num debate que contou com temas que passaram ao lado da pré-campanha ‒ Segurança Social, Justiça, reforma do sistema político ‒, a governabilidade continuou central, ainda que turva. Não será injusto dizer que, mesmo sem André Ventura, a discussão sobre políticas públicas continuou pouco profunda e algo desligada do futuro.

Na governabilidade, Pedro Nuno Santos parece ter recuperado o pé, encontrando uma expressão feliz para resumir a sua estratégia. O Expresso, aliás, escolheu-a para título esta manhã: “Não vamos criar nenhum impasse constitucional”, garantiu. Ora, tal permite ao PS fazer três coisas: não impedir o mais votado de tomar posse, conferindo-lhe respeitabilidade; não forçar o PSD a negociar com o Chega, mantendo coerência, e não prometer a aprovação de Orçamentos, preservando distância do outro maior partido.

A expressão é a correta pelo que chama ao “impasse”: constitucional, não político. E por uma razão simples: é que em outubro, quando se começar a debater a proposta de Orçamento do Estado para 2025, o Presidente da República já terá recuperado os seus poderes constitucionais para convocar novas eleições e o PS montar nova campanha, denunciando a ingovernabilidade ‒ ou radicalidade ‒ à direita.

É para esse calendário que Pedro Nuno está a olhar, e bem. Nesse cenário, Montenegro estaria diante de um dilema mais desconfortável do que o de hoje: ou quebrava a palavra e negociava o OE com André Ventura ou ia para eleições como aquele que preferiu ser rejeitado pelo PS a governar à direita. Ambas seriam equações políticas difíceis de solucionar, por exemplo, em novos debates televisivos. Seria repetir tudo outra vez, em menos de um ano e em piores condições. Como dizia esta manhã Rui Tavares, “dos miniciclos para os microciclos”.

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