O spy show com forte dimensão de political thriller (passe a quase redundância…), não foi inventado por causa de John Le Carré, mas estou certo de que concordarão que o seu nome nos remete imediatamente para esse mundo que julgamos conhecer como a palma da mão. Segredos, governos, agentes secretos, leis a serem pisadas, mulheres atraentes a seduzir políticos estúpidos e corruptos e heróis que sabem manusear qualquer pistola e conduzir qualquer automóvel, moto, barco ou helicóptero são um pão nosso de cada dia apreciados por muita gente.
Graham Green e o próprio Ian Fleming também assinam esses mundos, mas aquele jeito de Le Carré, cheio de traições e jogos duplos, triplos e quádruplos, é muito particular e muito ajustado a ser adaptado ao cinema e a televisão. Os livros e os filmes (e séries) que fomos vendo a partir da sua obra, habituaram-nos a um fortíssimo foco na dimensão moral (quebrada, falhada ou rigorosa) dos personagens, porque uma coisa é um espião, outra bem diferente são espiões com carácter e falta dele.
Falando por mim, um political thriller é irresistível. Dos mais recentes, “The Agency“ (na SkyShowtime) é o de maior ambição, o que se nota pelo elenco e pelos profissionais envolvidos – George Clooney é um dos produtores, o realizador Joe Wright assina alguns episódios e o argumento é assinado por uma dupla de muito peso. Feita a partir do original francês “Le Bureau des Légendes” (cinco temporadas, sendo a primeira de 2015), o argumento começa de forma clara.
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