“Seria justo e até adequado, fechar tudo, abandonar tudo só porque circunstancialmente fui para Presidente do PSD e agora estou Primeiro-Ministro?”
Este sábado, com todo o Governo na fotografia, Luís Montenegro fez esta pergunta aos portugueses. Já voltarei a ela, por agora permita-me que reformule: aceitará o país que o seu primeiro-ministro receba avenças de grupos económicos, enquanto está em funções? A verdade é que não sabemos, porque isso nunca tinha acontecido. E não sabemos porque só agora o país teve conhecimento que esse é o caso de Luís Montenegro – 10 meses depois das legislativas que o levaram ao cargo.
Não foi uma surpresa agradável. Montenegro queixa-se das “especulações” e “insinuações” que no seu entendimento servem para criar uma “suspeição” sobre ele. Mas nas últimas duas semanas (para não dizer desde que tomou posse) ninguém mais do que ele contribuiu para essa suspeição. E fê-lo com declarações erradas, omissões perigosas e erros políticos difíceis de perceber.
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