Para perceber o verdadeiro problema do PSD basta olhar para os números das sua últimas eleições internas: há cinco meses Luís Montenegro foi reeleito com os votos de 16.661 militantes. É um terço da lotação do Estádio de Alvalade num jogo do campeonato e um quarto do Estádio da Luz. Acresce que a eleição de Montenegro acontece uma vez em cada dois anos, ao passo que há jogos na Luz ou em Alvalade todas as semanas, quase sempre com os estádios cheios. Eis a imagem da “vitalidade” dos partidos.
Desça, agora, ao nível da concelhia de Lisboa do PSD e adivinhe quantos militantes votaram no líder que, nem por acaso, é primeiro-ministro: 266. É claro que, com este escasso nível de militância ativa, se torna muito fácil controlar o aparelho. E muito difícil que alguém o controle a ele.
Não admira a bola de neve que temos visto crescer: as suspeitas surgem, a desconfiança dos cidadãos cresce, os líderes condescedem – dando espaço a que outras suspeitas apareçam. Luís Montenegro esteve por um fio, agora, para seguir o mesmo caminho. Desta vez, atalhou a tempo, retirando poder aos acusados no Tutti-Frutti. Mas isso não basta – neste Observatório da Maioria, tentarei explicar porquê.
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