Foi surpreendente ouvir Rita Júdice na abertura do ano judicial, confrontando uma sala inteira com a morte de uma mulher vítima de violência doméstica. Um desafio poderoso, lançado na cerimónia mais tradicional, num dos mais conservadores dos setores profissionais, numa das mais pesadas salas do país. Como se a ministra da Justiça lhes exigisse que sentissem aquela morte (e a dor dos filhos, familiares e amigos) para que percebessem a urgência de agir.
Rita Júdice criou um desconforto e conquistou as atenções. Mas só o conseguiu porque se colocou no lugar das vítimas. O discurso transbordou de empatia. Infelizmente, uma palavra que pouco se ouve e mal se sente quando se ouve a maioria dos membros do atual Governo. Sim, a falta de empatia é um problema político.
Siga comigo, neste Observatório da Maioria tento explicar-lhe porquê.
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