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É já no próximo domingo que se apaga simbolicamente a chama olímpica de Paris. Pela primeira vez a pira foi estrategicamente colocada fora do estádio principal dos Jogos e até é 100% elétrica, sem necessidade de usar combustíveis fósseis, como ditam as atuais regras de sustentabilidade.
Com o seu ocaso chegam também ao fim os 33º Jogos Olímpicos da era moderna. Em duas semanas – que parecem sempre curtas – passaram pela capital francesa cerca de 130 modalidades desportivas. Além de visitas a outras paragens, como o surfe no longínquo Taiti e o futebol espalhado um pouco por todo o território gaulês.
De quatro em quatro anos – desde que guerras ou pandemias não nos baralhem os calendários –, nos descobrimos remotos especialistas e devotos de disciplinas tão díspares como esgrima, tiro com arco, basquete 3x3 ou o ciclismo de pista, do nosso gigante Iúri Leitão… e conseguimos ver beleza e emoção em tudo isso. E sentir a dor da derrota e chorar as mesmas lágrimas da vitória.
O espírito olímpico é algo mágico, inexplicável, que pode produzir desde fracassos retumbantes a feitos heroicos e históricos. E tudo isso devidamente registado em imagens icónicas que entram diretamente para o fugaz Olimpo mediático.
Com resiliência, só nos resta esperar mais quatro longas voltas ao sol para sentir novamente a chama olímpica a nos marejar os olhos e aquecer os corações.
Imposto em causa
Durante a pandemia, o Governo de António Costa criou o chamado Adicional de Solidariedade sobre o Sector Bancário, uma contribuição para ajudar a financiar a Segurança Social. A pandemia passou, o Governo mudou, os lucros dos bancos dispararam, mas nem isso demoveu algumas instituições de lutarem na Justiça pelo fim da cobrança. A contribuição adicional – de €180 milhões desde 2020 – já foi considerada inconstitucional por vários acórdãos do TC, por violar o “princípio da igualdade” e o “da capacidade contributiva”.
Excessos em Albufeira
A noite algarvia já foi mais segura. Os pequenos desacatos entre as centenas de adolescentes alcoolizados que enchem as ruas dos bares repetem-se. Nos últimos dias, um jovem morreu e outros foram esfaqueados em Albufeira, na zona da Oura. A GNR e a Cruz Vermelha tentam evitar os excessos.
Ministra em lume brando
Primeiro-ministro e Presidente da República apareceram juntos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, para dar apoio público a Ana Paula Martins, a ministra da Saúde que está debaixo de fogo. O apoio de Montenegro e de Marcelo contrasta, no entanto, com o panorama da Saúde: a ministra está sob forte pressão – e sente-se fragilizada –, incluindo dentro do próprio Executivo.
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Criptofraudes
Há quem tenha ficado milionário e quem tenha ficado na ruína com o investimento em criptomoedas. Desfalques e burlas têm crescido com a proliferação de diversas plataformas falsas. PJ está a investigar cerca de três mil inquéritos ligados a este mercado. Há fraudes de “milhões”, enquanto a Europa pretende regulamentar o mercado para evitar novos problemas.
Montanha-russa financeira
Bolsas arrancaram semana no vermelho, assustadas com fantasma da recessão. As sete magníficas da tecnologia americana chegaram a desvalorizar mais de €2,6 mil milhões em menos de um mês. Bancos centrais continuam sob pressão para acelerar o alívio nas taxas de juros.
E depois da tempestade?
Foram meses atribulados até se conseguir recuperar alguma tranquilidade na Global Media. Marco Galinha, presidente do Grupo BEL, diz que continua a acreditar que as intenções do World Opportunity Fund eram boas – apesar de continuar sem saber quem são os donos. Mas garante que não volta a meter-se num processo idêntico. O grupo agora foi dividido em dois, com “Jornal de Notícias”, TSF, “O Jogo” e mais seis marcas editoriais a irem para uma nova empresa, a Notícias Ilimitadas, no Porto, e o “Diário de Notícias” (“DN”) e mais quatro títulos a ficarem em Lisboa, na Global.
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Quem é Kamala
A vice-presidente dos EUA viveu na sombra durante os últimos quatro anos. Numa longa entrevista, Kamala Harris fala sobre um país dividido, a guerra em Gaza, a posse de armas, o aborto e a ameaça que representa Donald Trump, o seu rival na corrida à Casa Branca. Conseguirá conquistar a maioria dos americanos?
O peso da paternidade
Querem cuidar dos filhos recém-nascidos, mas não sabem como fazê-lo. Sem modelos de parentalidade que possam seguir, sentem-se perdidos e angustiados na busca por um novo papel.
Tempo para nada
O conceito de férias, que hoje tanto empregadores como empregados dão como um direito adquirido e inquestionável, tem pouco menos de um século e meio de existência. Durante o Estado Novo, mesmo nas alturas do ócio era exaltado o valor do trabalho…
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A todos um ótimo fim de semana.
Vemo-nos pelo Expresso.
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