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Jornalista que investigou o caso Spotlight: “Pergunto-me o que a Igreja sabe e não está a dizer sobre o abuso de crianças em Portugal”

Jornalista que investigou o caso Spotlight: “Pergunto-me o que a Igreja sabe e não está a dizer sobre o abuso de crianças em Portugal”

Paulo Luís de Castro

Coordenador do Expresso Diário

Olá, boa tarde.

Começo hoje por uma das duas entrevistas que pode ler neste Diário. Na primeira, os jornalistas Caio Marinho e Tiago Soares falaram com Walter Robinson, jornalista norte-americano que integrou a equipa do jornal “The Boston Globe” que em 2002 denunciou o escândalo de abusos na Igreja Católica. Presente em Lisboa, onde veio falar sobre sobre a sobrevivência da democracia e o jornalismo de investigação, Robinson garante que com a investigação sobre “O Caso Spotlihght”, como ficou conhecido depois de transposto para a cinema, a Igreja Católica norte-americana tornou-se mais transparente mas ainda há muito por fazer. E lançou em jeito de desafio: “Pergunto-me o que a Igreja sabe e não está a dizer sobre o abuso de crianças em Portugal”.

Na outra entrevista o protagonista é Jason Stallman, do “New York Times”, que esteve em Madrid a apresentar “The Weekly”. À conversa com o João Miguel Salvador, o produtor-executivo explica tudo sobre o novo formato semanal do jornal americano, que se estreia esta terça-feira em Portugal (Odisseia, 23h) com 'A Toca do Coelho' – sobre a influência do YouTube na eleição de Jair Bolsonaro.

Agora as eleições em Espanha. Como já se previa, as eleições não trouxeram nada de novo, fragmentaram ainda o Parlamento e a discussão política volta ao cenário anterior: o PSOE pede “generosidade” e “responsabilidade” para conseguir formar Governo, mas o Partido Popular e o Vox já viraram as costas aos socialistas. Estes e outros desenvolvimentos, como a óbvia saída de cena do líder do Ciudadanos, são-lhe trazidos pelo Hélder Gomes.

Na política nacional, a polémica que estalou na última conferência de líderes do Parlamento, em torno da intervenção dos partidos com apenas um deputado nos debates quinzenais, está longe de estar resolvida. A esquerda está disponível para soluções “criativas”, a direita responde que os debates quinzenais com o Governo deve ser feito “sem complexos nem medos”. Contrarrelógio tenta resolver o impasse a tempo da primeira discussão, mas a Mariana Lima Cunha antecipa que em São Bento dá-se por “quase impossível” e “impraticável” que as regras sejam mudadas a tempo do debate com António Costa, esta quarta-feira.

O estatuto social continua a ser altamente valorizado no mercado de trabalho pelos recrutadores, mesmo que estes não o admitam. Segundo um estudo elaborado por investigadores da Universidade de Yale, “o talento não nasce só nas famílias ricas”, mas é lá que os empregadores começam a procurar. A minha camarada Sónia M. Lourenço destaca que a investigação sugere que os profissionais são selecionados com base no seu estatuto social e a forma como fala é tão ou mais relevante do que a formação académica e experiência profissional.

Na Opinião, hoje pode contar com os textos de Daniel Oliveira – Sem liderança, a Espanha pode vir a ter de escolher entre a desintegração e os fascistas; e Henrique Raposo – Mulher a ganhar menos do que o homem? A culpa é do marido, não do patrão.

Segunda-feira é dia de dicas de poupança, como sempre a cargo do Pedro Andersson. Desta feirta, o jornalista da SIC aborda os serviços adicionais subscritos por 1,8 milhões de portugueses nos contratos de luz e gás – será que valem a pena? Conselho: não deixe de ler.

E assim me despeço. Boas leituras.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: PCastro@expresso.impresa.pt

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