As Escolhas do Editor

Olá, bom dia.

Esta foi mais uma semana de forte cunho político, claramente marcada pelo anúncio, na terça-feira, da constituição do Governo da próxima legislatura. O primeiro-ministro já tinha pré-anunciado que não faria grandes alterações e manteve a maior parte da equipa anterior: tirou três elementos, trocou-os por caras novas e acrescentou mais duas, e manteve ministros que eram apontados como descartáveis, assim fechando o Executivo com mais ministérios desde 1976 e com mais mulheres (oito). É por aqui que inicio a recolha de alguns dos melhores temas publicados no Expresso Diário desta semana.

No próximo Conselho de Ministros haverá mais duas cadeiras a acrescentar à mesa de reuniões, para dar lugar às novas titulares das pastas de Coesão Territorial (Ana Abrunhosa) e de Modernização do Estado e da Administração Pública (Alexandra Leitão). Saiba quem é quem, as cinco caras novas e as razões que forçaram a saída de três elementos e outros subiram à condição ministerial.

As escolhas de Costa e o reforço político do novo Executivo foram tema de análise de alguns dos nossos comentadores, casos de Daniel Oliveira e Bernardo Ferrão. Mas durante a semana publicámos várias outras abordagens, em diferentes ângulos, à legislatura que aí vem, cuja leitura sugiro: Martim Silva, Henrique Monteiro, Francisco Louçã, David Dinis, Daniel Oliveira (AQUI e AQUI).e Henrique Raposo.

As eleições de há duas semanas desencadearam também mexidas na organização e distribuição de tarefas no PS. Com a saída de Carlos César do Parlamento, a liderança parlamentar será ocupada por Ana Catarina Mendes, que por sua vez entrega a José Luís Carneiro o cargo de vice-secretário-geral do partido. Delfim de Francisco Assis e fiel apoiante de Seguro “até ao fim”, o ex-secretário de Estado das Comunidades foi escolhido por Costa para ser o patrão efetivo do PS e do ‘aparelho’, com a tarefa de expandir o mapa cor de rosa nas autárquicas do outono de 2021.

Enquanto isto, no PSD prossegue a contagem de espingardas. Depois do mau resultado nas legislativas, Rui Rio ainda não disse se pretende sair ou enfrentar os que lhe querem suceder, Luís Montenegro e Pinto Luz (há muito anunciado mas que só na sexta-feira confirmou a candidatura, ou seja, dois dias depois da publicação do texto acima referenciado). A divisão interna é patente e o mais provável é o PSD ser obrigado a ir a uma segunda volta.

A análise aos números do Fundo Monetário Internacional divulgados na terça-feira em Washington mostram que a maior parte das economias do mundo se preparam para perder velocidade. E Portugal e Espanha são as duas economias do euro que mais vão abrandar até 2024, segundo as contas feitas pelo Expresso.

Em Portugal existem cerca de mil contribuintes com elevado rendimento (pelo menos cinco milhões de euros anuais) e património (mais de 25 milhões de euros), mas em 2017 o Fisco só tinha conseguido detetar pouco mais de 300, cujo IRS tributado ficou muito abaixo do que deveriam pagar. Por onde andam os restantes super-ricos? Na quarta-feira foi este o tema do 2:59 desta semana, a série de jornalismo de dados do Expresso, para explicar o (nosso) mundo.

O sínodo que há duas semanas junta cardeais, bispos, responsáveis políticos e indígenas para encontrar uma estratégia para a Amazónia – território gigantesco e de difícil acesso – tem sido uma pedrada no charco. O Papa Francisco trouxe para cima da mesa questões até agora tabu na Igreja como a ordenação de mulheres, o casamento de padres ou a possibilidade de leigos administrarem sacramentos. E tem sido de dentro da organização católica que tem recebido críticas e até acusações de heresia.

O guineense Bramia Suncar Dabó participou nos Mundiais de atletismo de Doha ao abrigo de um sistema de quotas de países sem mínimos para acesso a essa competição. Correu os 5000 metros, ficou entre os últimos, mas nos metros finais o seu nobre gesto de carregar um cambaleante adversário de Aruba mostrou a fibra deste campeão do desportivismo, agora um dos quatro candidatos ao Prémio Fair Play, na Gala da Federação Internacional da modalidade. Estudante em Bragança, o fundista conta as semanas para concluir o curso de Gestão e abalar para Catió, na Guiné-Bissau, onde o esperam os pais e os oito irmãos, que não vê há oito anos.

A moeda digital que o Facebook quer criar, a par com outras multinacionais, está a perder apoiantes – e de peso. Mas dentro do núcleo duro da rede social, que tem mais de 2,4 mil milhões de pessoas inscritas, a ordem é para manter o projeto. O lançamento da Libra foi comentado pelo Ricardo Costa, crónica que pode ler AQUI.

Boas leituras e tenha um excelente domingo.