Olá, boa tarde.
Fugindo um pouco à regra, começo esta newsletter não pela notícia que faz manchete deste Expresso Diário, mas pelos textos de Opinião, quase todos em redor da constituição do novo governo, tema que se mantém na ordem do dia. Daniel Oliveira diz que este é “Um governo que nasce velho”, sustentando que “há apenas uma coisa surpreendente neste governo: não ter nenhuma novidade relevante“. E desenvolve: “Poderão dizer que em equipa que ganha não se mexe. Acontece que há vários ministérios perdedores. E não mexer quer dizer que ou António Costa não se apercebeu do que não correu bem, o que é preocupante, ou não está a trabalhar para quatro anos, o que é ainda mais preocupante. Ou não quer mudanças antes da presidência portuguesa, para ter todos os ministros oleados nas suas pastas. Mesmo que fosse este o caso, há várias escolhas incompreensíveis”.
Por seu turno, Bernardo Ferrão considera que este é “Um governo para evitar erros”. E desenvolve a sua teoria: “A preocupação é óbvia, sem renovação da geringonça – Pedro Nuno Santos e Duarte Cordeiro não foram valorizados na nova orgânica -, e num período que será de grande exigência, o primeiro-ministro sabe que todos os cuidados são poucos. Por isso, ao mesmo tempo que aguenta ministros fragilizados – já sabe com o que conta! –, reforça o Conselho de Ministros transformando-o num grupo de combate. Mais fechado sobre si mesmo, e concentrado em cumprir a legislatura a dois tempos”.
Não perca. Assim como este outro contributo do Henrique Monteiro, “Costa & Rio, o regresso”, mas mais virado para a futura governação sem uma geringonça. Deixo-lhe este naco: “Talvez esteja a ficar nostálgico, mas gosto da atual situação política. (…) É saudável para a democracia o líder da Oposição estar no Parlamento. É bom que Rio fique e assuma as suas responsabilidades. Nada disto tem a ver com a possibilidade de o Governo cair em dois anos ou noutra altura qualquer. Pelo contrário, deve-se à necessidade de o país ser confrontado com projetos diferentes, no que eles têm de diferente, e com acordos gerais, no que eles têm de possível.”
A fechar este dossiê da Opinião deixo o arranque da crónica do Henrique Raposo, “Rui Tavares desmascara o Bloco”: “O sarilho do Bloco é enorme. Queria crescer, não cresceu, perdeu 60 mil votos e agora tem no Parlamento duas forças, Iniciativa Liberal e Livre, que expõem as suas contradições”.
Anunciado oficialmente na noite de terça-feira, o novo Executivo socialista tem cinco novos membros e três que estão de saída. Quem saiu, quem entrou, e porquê: o meu camarada Filipe Santos Costa explica quem é quem e as razões porque uns saem do Conselho de Ministros e outros foram promovidos.
Agora, sim, passemos à nossa manchete. A falta de especialistas capazes de garantir sem hiatos a Urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta, em Almada, continua por resolver. Depois de aquele serviço ter estado encerrado nas noites dos dias 12 e 14 deste mês, a Federação Nacional dos Médicos alerta que até final de outubro a limitação vai repetir-se em mais quatro escalas, nos dias 20, 21, 24 e 31, conforme dá conta a Vera Lúcia Arreigoso.
Agora, a guerra interna no PSD. Rui Rio, Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz (pelo menos estes) vão a eleições e têm procurado garantir apoios num universo que pode chegar a mais de 70 mil eleitores, e a contagem de espingardas segue ao rubro. No partido, há quatro distritais absolutamente decisivas para qualquer candidato à liderança dos sociais-democratas: Aveiro, Braga, Porto e Lisboa. O ponto da situação é traçado pelo Miguel Carrapatoso, com a ajuda de mapas interativos.
Em Portugal existem cerca de mil contribuintes com elevado rendimento e património, mas em 2017 o Fisco só tinha conseguido detetar pouco mais de 300. Onde estão os restantes super-ricos? A resposta é dada pela Elisabete Miranda em mais um episódio da série 2:59, jornalismo de dados em dois minutos e 59 segundos, para explicar o (nosso) Mundo.
Nota final para a ofensiva anticurda no nordeste da Síria, desencadeada pelas tropas turcas e que dura há uma semana. Acusados de traição aos curdos, os Estados Unidos tentam salvar a face e enviaram quatro destacados responsáveis à Turquia para negociar um cessar-fogo. A Margarida Morta conta-lhe os mais recentes desenvolvimentos deste conflito.
Boas leituras.
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