ChatGPT4o e Project Astra: o nosso futuro é um guião de ficção científica
Olá, caro humano.
Esta semana decidi dar uma folga à Woolf, porque depois de ter visto as novidades da OpenAI (dona do ChatGPT) e da Alphabet (dona do Google) fiquei tão impressionada com o que vem aí em matéria de avanço tecnológico na Inteligência Artificial que não me apeteceu trocar ‘apenas’ umas mensagens de texto com a nossa amiga robô.
Só passou pouco mais de um ano desde que o ChatGPT mudou a nossa maneira de interagir e pesquisar na Internet, mas parece um século.
A evolução dos sistemas de IA tem sido vertiginosa e acaba de ser dado um passo que aproxima ainda mais o chatbot de um agente pessoal dos humanos.
Conhece o filme ‘Her’, um drama romântico de ficção científica, realizado por Spike Jonze em 2013?
A história segue Theodore Twombly, interpretado por Joaquin Phoenix, um homem que se apaixona por Samantha, um sistema operacional de computador inteligente personificado por uma voz feminina (no caso é a voz de Scarlett Johansson).
Visto daqui, Spike Jonze (em 2013) parece que tinha uns binóculos apontados para maio de 2024.
No ‘Her’ o realizador quis na altura explorar temas de isolamento e solidão algures no futuro dos humanos.
Agora, esse futuro está aqui connosco.
Se não acredita, veja os vídeos que fizeram a Internet tremer esta semana:
- o novo chatGPT-4o consegue ser sarcástico
- consegue traduzir em tempo real
- consegue dar aulas de Matemática
- analisa as imagens que recebe em tempo real, percebe a situação e até canta se for preciso
Em resumo, o GPT-4o consegue raciocinar e comunicar através de voz, texto e vídeo. E, segundo a OpenAI, estará disponível gratuitamente para todos os utilizadores em breve.
Conhece a Siri? Pois, isto é muuuuuito à frente. Já estou a imaginar daqui a uns tempos pedir à Woolf para fazer alguns telefonemas por mim.
DR
Um dia depois do anúncio do novo ChatGPT foi a vez do CEO do Google subir ao palco para apresentar as suas novidades (deixo aqui o link para o vídeo na íntegra) e, claro, como não podia deixar de ser, a Inteligência Artificial foi tema incontornável.
Um dos momentos mais impressionantes chama-se Project Astra e basicamente é um sistema de IA que consegue perceber TUDO que se passa à nossa volta através da câmara do telemóvel.
O Astra está ainda em desenvolvimento, mas já a ser preparado para funcionar não só em telemóveis como em “óculos inteligentes”: vê tudo através das câmaras, percebe em que localização geográfica nos encontrámos, explica o que temos à nossa volta e ainda consegue a proeza de se lembrar de coisas que viu no passado…
Se não acredita, veja isto.
O exemplo no vídeo acima do “sabes onde é que deixei os meus óculos?” pode vir a dar-me muuuuito jeito, mas estas novidades levantam várias questões de ética e privacidade que, estou certa, serão bastante discutidas a curto prazo.
Vamos a caminho do que Spike Jonze conseguiu ver em 2013?
Deixo-lhe a pergunta no colo e salto diretamente daqui para as sugestões de podcasts do Expresso desta semana. Temos muitas conversas e entrevistas e debates (tudo feito por vozes reais!) para ouvir 🎧
É um problema bem típico dos humanos e eu também faço parte da equipa que sofre disto: noites mal dormidas aka insónias aka por que é que isto me acontece?
O sono é tema do episódio de estreia do podcast Consulta Aberta, porque é o assunto que mais vezes bate à porta do consultório da dra. Margarida Graça Santos, a nossa nova podcaster cá na equipa Impresa.
Aconselho a escuta desta conversa com uma especialista nesta área, porque mesmo que não tenha problemas a dormir, vai descobrir uma série de coisas interessantes sobre os padrões de sono em Portugal.
Além disso, neste episódio desfazem-se também alguns mitos, nomeadamente no uso de ecrâs antes de adormecer.
Quem sabe, em breve teremos ao nosso lado um chatbot a sussurrar histórias de embalar inventadas na hora para adormecermos.
JB: Woolf, assim de repente fiquei com saudades tuas. Diz-me um provérbio que junte tecnologia e futuro.
O futuro não é apenas um destino inevitável, ele é moldado pelas nossas escolhas e ações no presente.
Pois é, Woolf, isso leva-nos a questões sobre quem tem e quem não tem poder de escolha, mas não temos tempo nem espaço para entrar nessa dimensão política e filosófica agora. Fica para outras conversas ao ouvido.
Boas escutas e até breve!
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: jbeleza@expresso.impresa.pt
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