Bom dia!
Uma boa parte do clima apocalíptico em que estamos mergulhados tem origem infelizmente em muitas instituições da ONU, que se comportam como ONGs tremendistas e sequiosas de atenção e de fundos e que, por isso, carregam nas cores negras. Vimos isso durante a covid, e vemos isso todos os dias com o ambiente e as alterações climáticas – da ONU não nos chega um discurso marcado pela sensatez, mas pela urgência apocalíptica que (1) despreza factos e (2) cria uma narrativa ortodoxa que não admite contraditório. Assistimos à mesma coisa no campo das melhorias económicas, educacionais e de saúde nos países mais pobres – que desaparecem do discurso da ONU.
Por exemplo, nesta semana, recebemos um comunicado de imprensa da organização para os refugiados da ONU, ACNUR, que diz que África nunca viveu uma situação tão alarmante, que “África vive uma crise humanitária sem precedentes”. Isto está incorreto; é brutalmente falso. É um spin feito por uma organização que devia ser imune ao spin. Quer ao nível da violência política, quer ao nível das melhorias nas condições de vida, África em 2024 está muito melhor do que alguma vez teve nos últimos dois séculos. Continua a ser o continente mais pobre? Sim. Mas, como dizia o grande Hans Rosling, há uma diferença entre a pobreza abjeta de 1960 e a pobreza gerível de hoje em dia.
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