João Goulão: ”Na altura da epidemia de heroína, era quase impossível encontrar uma família que não tivesse problemas com drogas"
Sempre quis ser médico e tinha um fascínio particular pela cirurgia, mas acabou por dedicar praticamente toda a sua vida profissional à prevenção e tratamento das dependências. É um caso raro de permanência num cargo público de direção nacional. Ao longo de 28 anos, lidou com mais de dez governos, à esquerda e à direita, e manteve-se sempre. Com 70 anos completados em maio, João Goulão já está aposentado e à espera de ser substituído à frente do Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências. Nesta grande entrevista de vida ao Expresso, fala nas dificuldades por que passou enquanto um dos mentores da política de discriminalização dos consumos de droga em Portugal.