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O mundo escondido dos sabores da terra. A ASAE e os pequenos produtores

Fumeiro, queijos, licores, pão, bolos, doçaria e muito mais. Tradição que serve cultura, turismo e a economia das pequenas aldeias rurais e que está em risco de extinção

noite promete ser fria e os clientes que chegam ao café da aldeia abrigam-se numa “pera”, aguardente feita na serra da Estrela, no concelho de Oliveira do Hospital. É aqui que estão os maiores, quase os únicos, pomares da pera de São Bartolomeu. “A fruta é colhida de setembro a outubro, descascada e seca ao sol, durante dois meses”, conta Manuel Pinto, enquanto aprecia a bebida. Funcionário público, é um dos muitos clientes encostados ao balcão do café, a bebericar esta aguardente, servida a partir de garrafas sem rótulo, apenas reconhecida pela cor acastanhada e pelo perfume do líquido. Deitada em pequenos copos, custa dois euros e faz as delícias da clientela.

Tecnicamente, a aguardente de pera “é uma maceração e, portanto, é um licor ou uma pera no dialeto serrano”, explica Pinto. Há até uma Confraria dos Bolos, Doces, Aguardentes e Licores, com sede em Ervedal da Beira. Mas há mais, principalmente relatos da mão pesada da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica. Três mil euros de multa, aplicados a pequenos comerciantes, cafés e mercearias que procuram rentabilizar o fruto que nasce de uma árvore rústica e adaptável à aridez da serra.

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