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Minuto Consumidor

Minuto Consumidor: porque é que o preço do azeite não para de subir?

No início deste mês, uma garrafa de azeite com 75 centilitros custava €10,21, são mais €4,60 do que no ano passado no preço ao consumidor. Quais são as principais razões? E quando é que se espera que o preço comece a descer? Saiba as respostas neste espaço dedicado a responder às dúvidas dos consumidores

O preço dos bens alimentares tem estado a subir, ainda que nem sempre de forma regular. Tendo em conta o cabaz de 63 produtos essenciais monitorizados pela DECO Proteste, o pico foi atingido a 15 de março deste ano: custava 234,84 euros.

Com a entrada em vigor do IVA Zero, em abril deste ano, os preços começaram a baixar durante os meses seguintes. Mas em setembro a tendência inverteu-se e os preços voltaram a subir a grande velocidade, sendo que na sendo que na última contagem, a 6 de dezembro, o cabaz custava quase €229.

Um dos ‘destaques’ de produtos onde mais se notou o aumento do preço foi o azeite. Um produto quase indispensável na cozinha de um português.

De acordo com as contas da DECO Proteste, em apenas um ano o preço do azeite virgem extra aumentou quase 80%. A 6 de dezembro deste ano, uma garrafa de azeite com 75 centilitros custava €10,21, são mais €4,60 do que no ano passado no preço ao consumidor.

Mas porque é que o azeite está a ser pago a preços recorde?

O principal culpado são as alterações climáticas que levaram a quebras na produção de azeitona. E aqui entra a conhecida lei da oferta e da procura: se a procura se mantém, mas há menos oferta, os preços sobem. E as últimas duas campanhas foram particularmente fracas.

Em julho fez calor em excesso, houve chuvas intensas fora da época e choveu pouco quando foi necessário.

No início do mês de novembro, o azeite estava a ser negociado junto dos produtores a 8,50 euros por quilo (segundo os dados da Casa do Azeite fornecidos ao Expresso)

Depois de se somar os custos da embalagem, rotulagem, logística de transporte, armazenamento e as margens de distribuição, o preço que o consumidor acaba por pagar é sempre mais elevado.

A escassez da matéria-prima estará por trás de uma onda de assaltos de que temos vindo a dar conta. O Expresso noticiou que alguns produtores de azeitona no Baixo Alentejo têm vindo a sofrer assaltos aos seus olivais. Para os evitar, a Guarda Nacional Republicana intensificou a vigilância aos campos alentejanos.

Mas este problema não é somente português, tem afetado toda a área mediterrânica. Podemos destacar a Espanha, que é responsável por metade da produção mundial, mas que no decorrer deste ano, tem-se deparado com elevados prejuízos.

Tudo indica que a situação se vá prolongar. Por um lado, porque as quebras registadas em Espanha irão levar, de acordo com analistas do sector, algum tempo até que se volte a repor alguma normalidade em toda a fileira do azeite. Por outro lado, a permanente incerteza em relação às alterações climáticas mantém um clima de volatilidade sistemática, com alguma tendência para se agravar.

O “Minuto Consumidor” é um projeto onde procuramos, todas as semanas, responder às suas duvidas. Para acompanhar no Expresso Online e na antena da SIC Noticias, com o apoio da DECO PROteste. Saber é poder! Junte-se à comunidade de simpatizantes da DECO PROteste em DECO Proteste simpatizantes

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: taribeiro@expresso.impresa.pt

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