Vídeo. Minuto Consumidor: o aumento do preço dos combustíveis e o Autovoucher

O aumento do preço dos combustíveis tornou-se um assunto comum entre os portugueses, mas, desde o início da guerra na Ucrânia, a situação agravou-se, como nunca antes se tinha visto.

Em primeiro lugar, é importante perceber como são definidos os preços dos combustíveis que chegam ao consumidor. A regulação é feita pela Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE), que todos os dias calcula e publica um preço de referência. Este cálculo diz respeito à fase de armazenamento, ou seja, antes de ser distribuído e comercializado.

O preço depende de diferentes variáveis. A primeira é a cotação internacional, que se calcula consoante a procura. De seguida, os custos do transporte (frete). É incluída a incorporação dos biocombustíveis como reforço, de forma a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, e também os custos das reservas estratégicas. Acrescentam-se ainda, os custos da descarga e armazenagem, bem como os de comercialização e margem comercial. Para terminar, os impostos como o ISP e o IVA.

A situação agravou-se bastante com a pandemia, mas a guerra na Ucrânia levou-nos a caminhar num terreno ainda mais volátil. Com a subida do preço do petróleo os impactos estão a ser bastante visíveis entre os produtores e os consumidores. A previsão de um cenário positivo ainda está longe, porque mesmo com o fim da guerra, que ninguém sabe quando será, estas flutuações de preço deverão continuar.

O Governo desenvolveu medidas para tentar diminuir este impacto para os consumidores. A primeira passa pela devolução do imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP) segundo o acréscimo de receita que ganha no IVA, dada a presente subida de preços. Desta forma, o que se pretende é tornar a variação do preço de venda neutra. Continua também em vigor, até 30 de junho, a redução das taxas do ISP de 2 cêntimos por litro na gasolina e de um cêntimo no gasóleo.

Quanto ao programa Autovoucher, o Governo está a ponderar estendê-lo até junho. Ainda assim, neste mês de março foi feito um alargamento para a devolução de 20 euros em vez de cinco, por consumidor.

Para aderir, tem de se registar na plataforma IVAucher. Depois, quando efetuar o pagamento, com um cartão bancário, nas bombas de combustível aderentes ao programa, o dinheiro será depositado na conta com a qual efetuou o pagamento, no prazo de dois dias úteis.

A premissa que os consumidores devem ter em mente, é a de aproveitar tudo o que são descontos oferecidos tanto pelo Estado, como pelas marcas de combustíveis ou quaisquer outros tipos. Ainda assim, a poupança começa sempre no próprio consumidor.

Reunimos algumas dicas com as quais pode contar, de forma a reduzir, o máximo possível, o consumo de combustível.

Tente travar o menos possível e evite mudar as mudanças de forma brusca. Uma condução suave faz poupar combustível e energia. Se tiver de parar o carro, desligue-o. Tente circular com o ar-condicionado desligado, diminuindo o esforço e com as janelas fechadas, diminuindo a pressão.

Deve manter a pressão dos pneus certa, caso contrário o carro vai fazer mais esforço e gastar mais. Se tiver muito peso no carro também pode aumentar o consumo até cerca de 5%.

Mas o mais importante na poupança de dinheiro nos combustíveis é mesmo considerar as alternativas. Procure escolher preferencialmente deslocações a pé, de bicicleta ou em transportes públicos.

O “Minuto Consumidor” é um projeto onde procuramos, todas as semanas, responder às suas dúvidas. Para acompanhar no Expresso Online e na antena da SIC Notícias, com o apoio da DECO Proteste. Envie as suas dúvidas para minutoconsumidor@deco.proteste.pt