Aos 56 anos e com uma longa carreira na investigação científica na área da eletrónica, Elvira Maria Correia Fortunato junta o Prémio Pessoa 2020 a uma longa lista de galardões que lhe foram sendo atribuídos ao longo da sua carreira. “Mas este é diferente”, diz a professora e vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa. “Para além de ser o maior prémio atribuído em Portugal, é transversal a vários domínios que vão para além da ciência”.
O júri do Prémio Pessoa, presidido por Francisco Pinto Balsemão e com Rui Vilar como vice-presidente, destacou o “percurso académico nacional e internacional de grande consistência” e a “exemplar capacidade” demonstrada por Elvira Fortunado para aproximar a universidade das empresas, vencendo muitas das barreiras burocráticas e administrativas existentes.
A cientista garante que trabalha “para o mundo” e vários dos projetos de investigação que desenvolveu traduzem-se já em patentes para o fabrico de objetos tão quotidianos como os ecrãs de computador, de tablets ou de um simples telemóvel.
“Nós, os portugueses, somos grandes”, diz Elvira Fortunato, que apenas lamenta que “muitos olhem para Portugal de uma forma pequena”. Licenciada em Engenharia de Materiais, seguiu para mestrado e doutoramento sempre sem sair do país e da ‘sua’ Universidade Nova. Talvez por isso, faça questão de dedicar este prémio “para além" da sua "família”, a um dos seus mestres na Faculdade de Ciência e Tecnologia: Fernando Santana, que durante 12 anos foi diretor daquela escola e presidiu à Academia de Engenharia.
Não admira, também, que um dos primeiros destinos do Prémio Pessoa 2020 seja a celebração “com a família e a equipa de investigação e estudantes”. Elvira Fortunato promete “dar uma grande festa, quando a pandemia acabar”. Tudo em Portugal e com os portugueses. Estão aqui as suas raízes e principais referências. E foi com uma das mensagens de felicitações, enviada por um colega e amigo logo depois de saber do Pessoa, que a cientista encerrou a conversa com o Expresso. “Ele escreveu: a ciência tem importância em Portugal e os protagonistas portugueses importância no mundo. E eu gostei imenso”.
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