Lusa

Jornalista do Wall Street Journal recorre do prolongamento da detenção na Rússia

Jornalista do Wall Street Journal recorre do prolongamento da detenção na Rússia
Evgenia Novozhenina/Reuters

Evan Gershkovich está preso deste março acusado de espionagem. É a primeira prisão de um jornalista acreditado estrangeiro no país desde a era soviética.

O jornalista americano do Wall Street Journal Evan Gershkovich, preso na Rússia em março por acusações de espionagem, que rejeita, recorreu do prolongamento da sua detenção, indicou hoje o tribunal, segundo a agência France-Presse (AFP).

De acordo com o site do tribunal municipal de Moscovo, a defesa do jornalista recorreu, na sexta-feira, da decisão de um juiz de prolongar a sua detenção provisória até 30 de novembro, enquanto aguarda o seu julgamento.

O tribunal Lefortovski, em Moscovo, prorrogou a detenção provisória de Gershkovich na quinta-feira, durante uma audiência realizada à porta fechada.

Jornalista do Wall Street Journal, Evan Gershkovich foi preso pelos serviços de segurança russos durante uma reportagem em Ecaterimburgo, nos Urais, no dia 29 de março.

O jornalista americano ficou detido na prisão de Leftorovo, em Moscovo, utilizado pelos serviços de segurança russos (FSB) para manter os prisioneiros em solidão quase total.

Com 31 anos, o repórter, que também já trabalhou para a AFP em Moscovo, foi acusado de espionagem, um crime passível de 20 anos de prisão, mas rejeita essas acusações, tal como Washington, o seu jornal, os seus próximos e a família.

A Rússia nunca tornou públicas as suas acusações e o processo foi classificado como secreto, não tendo sido avançada nenhuma data para o seu julgamento.

A sua detenção insere-se no contexto de graves tensões diplomáticas entre os Estados Unidos e a Rússia, causadas pelo conflito na Ucrânia, em que Washington apoia Kiev militar e financeiramente contra Moscovo.

A prisão de um jornalista estrangeiro acreditado pelas autoridades russas não tem precedentes desde a época soviética.

Nos últimos anos, vários cidadãos americanos foram presos e condenados a penas pesadas na Rússia, com Washington a acusar Moscovo de os querer trocar com russos detidos nos Estados Unidos.

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